Três valetes de copas

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Atravesso muros e medos. Tenho mil braços tentaculares. Só que ninguém entende a ironia.
Envelheço em esforços gigantescos e encho o peito de ar e fecho-me ao desejo.
Não sei pedir mas preciso. Como ninguém, com ninguém. De me encontrar, de te encontrar, de me olhar.
E vou procurando-me  nos olhos dos outros, em vez de procurar cá dentro. Procuro-me onde nunca me deveria procurar.
Tenho medo, tanto medo. De estar gasta por dentro. De já não saber quem sou.
Tenho medo, tanto medo. De me dar de mais, de me dar de menos, de não me dar de todo. Apenas isso. De não me dar.

1 comentário:

Anónimo disse...

O verdadeiro medo é o de se parar de se dar, e é logo o primeiro valete a sair. Um dia apostamos tudo no Ás.

Mlle_Carla